domingo, 14 de outubro de 2012

O COMPASSO DE ESPERA CONTINUA...(em actualização)

                                                                                                                                                            98


Neste momento só há uma certeza :


Estamos a precipitar-nos no ABISMO !

Estamos entregues aos "BICHOS" que, despudoradamente, exibem a nossa bandeira na gola de caras e elegantes casacas.

Os Relvas, os Portas, os Coelhos, os Gaspares, os Borges, os Moedas estão vencidos, derrotados, completamente descredibilizados.

Só vão sobrevivendo porque o POVO, apesar de lutar contra eles e as suas políticas de desastre nacional, ainda não conseguiu ver quem os pode substituir e fazer diferente e melhor. 


MAS HÁ ALTERNATIVA !

De políticos e, SOBRETUDO, de políticas.

O maior drama do momento é o BLOQUEIO do campo que devia e tem de ser alternativa.

Se a queremos em DEMOCRACIA.

Há maioria sociológica - maioria ARITMÉTICA de potenciais votos à esquerda - para a legitimar pelo voto e lhe dar apoio político.

Falta transformar a maioria aritmética em maioria POLÍTICA.

E isso só pode resultar da EXIGÊNCIA POPULAR e da atitude dos militantes, apoiantes e votantes do PS, do PCP e do BE.

Sem esquecer os milhares e milhares que, sendo de esquerda, não se revêm integralmente em nenhum desses partidos.

Sem esquecer os milhões de abstencionistas e dos votantes em branco que, desde há muito, constituem o maior "PARTIDO".

O País precisa que todos, dirigentes e bases, mostrem e encarnem um ALTO SENTIDO PATRIÓTICO.

E isto só será possível, em primeiro lugar, se o PS abandonar uma prática política de centro-direita e se deslocar para a esquerda.

Caso contrário, o PARTIDO SOCIALISTA transformar-se-á numa FORÇA DE BLOQUEIO político à construção de uma alternativa de esquerda.

Se as esquerdas não forem capazes de se unirem em torno de uma plataforma política mínima e de um PROGRAMA DE GOVERNO que tenha a coragem de governar DIFERENTE E MELHOR; de adoptar novas políticas; de romper com um longo ciclo de governação de "alternância" assente no amiguismo, na corrupção, num Estado infestado de boys e girls incompetentes a todos os níveis, ficará com uma ENORME RESPONSABILIDADE HISTÓRICA em relação à tragédia que se abateu sobre Portugal e os Portugueses.


E NINGUÉM SE ENGANE!


Esta unidade não é possível sem a convergência política e social do PS, do PCP e do BE.

A exclusão ou auto-exclusão de qualquer deles torna inviável qualquer ALTERNATIVA CREDÍVEL suficientemente abrangente e capaz de resistir a todas as pressões, internas e externas, que a tentarão dividir e desestabilizar.

Mais importante do que discutir um Orçamento de Estado que, em qualquer circunstância, será imposto por uma maioria de deputados-fantoche, de deputados-fundilhos;

É URGENTE, É ABSOLUTAMENTE PRIORITÁRIO, discutir a viabilização célere de uma ALTERNATIVA REAL e apresentá-la aos Portugueses.

Para a tornar vitoriosa, para que se revele mais em ACTOS do que em palavras.

E não se pense em vir dizer balelas, em vir prometer "paraísos"...

Não se escondam também atrás do chamado "populismo" para nada propor e fazer em relação ao Estado das mordomias, da opulência obscena.

Temos de adoptar o modelo nórdico de decência do Estado - sem frotas enormes e de luxo ao serviço de titulares, das suas famílias, dos e das amantes, sem ajudas de custo escandalosas, sem chorudos subsídios para isto e para aquilo, sem cartões de crédito ilimitados, sem despesas ilimitadas de telemóvel .

Temos de adoptar o modelo nórdico de indexação dos salários e vencimentos, a todos os níveis de responsabilidade, no público e no privado. Em que o vencimento máximo (incluíndo alcavalas devidamente valoradas) em qualquer instituição ou empresa não possa ser mais de X vezes o valor do salário mais baixo aí praticado.

Só assim a justiça social pode ser efectiva e ter o seu ponto de partida no sistema remuneratório.


A aceitação dos cargos é voluntária. Ninguém é obrigado a ser ministro, secretário de Estado, dirigente superior de qualquer organismo central ou regional do Estado, presidente de câmara ou de empresa pública, etc., etc. .


E calem-se com a ridícula tese de que se queremos os melhores temos de lhes proporcionar todas estas vergonhosas mordomias.


Estão à vista os resultados da gestão de milhares de dirigentes do Estado nas últimas décadas - roubos, peculato, compadrio, amiguismo, corrupção, venda do património público a pataco - aos amigos, aos seus verdadeiros mandantes - que já serviram, servem ou virão a servir.

O desempenho de cargos públicos não pode ser um caminho para gerar TURBO-RICOS.

Governar, gerir a coisa pública é SERVIR!

Não pode continuar a ser SERVIR-SE !

E não há um que esteja preso!
E poucos foram julgados.
E os que o foram, desdobram-se em expedientes judiciais visando prescrições que não são mais do que vergonhosas absolvições.

Até já há advogados especializados em defender corruptos e ladrões. Há um que aparece a defender os principais arguidos dos casos de fraude e corrupção mais recentes.

Há figuras proeminentes, alguns que até já foram ministros, que acumulam muitas dezenas de cargos executivos e não executivos, e que se tornam beneficiários de elevada percentagem dos lucros dessas empresas - em vencimentos, em ajudas de custa, em prémios de gestão, em mordomias sem fim.

E há altos dignatários políticos que aceitam ser testemunha de defesa dos presumíveis criminosos.

E sabem o que está na base de topos estes comportamentos indecorosos e vergonhosos ?

O FINANCIAMENTO DAS ACTIVIDADES E CAMPANHAS ELEITORAIS DO PSD, DO PS E DO CDS.

Toda a gente sabe que é esta a realidade, a verdade.

Por isso se mantêm tão mútuamente agarrados e em protecção recíproca.

E muitos deles são amigos e foram ministros e/ou secretários de Estado em governos daquele que ocupa o topo da hierarquia do Estado.

Só do BPN foram roubados milhares de milhões de euros, equivalentes a metade do IRS resultante do tsunami fiscal que nos vai atingir em 2013.

E o OE em discussão ainda prevê a injecção de mais 3 milhões de euros na operação BPN durante o ano de 2013.

O ambiente político e o escrutínio dos Portugueses mudou. Desde o passado dia 15 de Setembro.

Os cidadãos ultrapassaram os partidos na iniciativa política.

Mas há partidos e políticos que revelam um indisfarçável deconforto e/ou autismo perante essa realidade.

O tempo não é para rivalidades bacocas, serôdias, estúpidas.

O tempo não é para comparar caudais dos rios.

O TEMPO ACTUAL É PARA FAZER CONFLUIR CAUDAIS, CONFLUIR RIOS.

NUM GRANDE ESTUÁRIO QUE FAÇA NASCER UMA ALTERNATIVA REAL, CONSISTENTE, CREDÍVEL.

QUEM NÃO FOR CAPAZ DE O COMPREENDER E FAZER acabará sentado no

BANCO DOS RÉUS DA HISTÓRIA.


VL



Post-Scriptum - Sendo os problemas da nossa terra muito importantes e muito graves, neste momento são menores se comparados com os que nos afectam enquanto cidadãos de um País de que Tomar é só uma parte. Será sempre ilusório e até demagógico pensar em soluções para a parte que não tenham em conta o todo.
Ainda mais num momento em que a comunicação social local não tem coragem de esmiuçar duas realidades - LOCAL E NACIONAL - que têm um responsável político nº1 comum - RELVAS.
E na blogosfera não se passa de um rebelino procurador do Relvas que apela a uma "vaga de fundo" para se apresentar como caudilho e homem providencial e de um auto-proclamado "homem de bons costumes" que quer "unir" a esquerda sob a HEGEMONIA (!) de um PS subscritor e defensor do cumprimento do memorando da troika, desorientado, sem rumo, que hoje se cola ao PSD a defender a redução do nº de deputados para eliminar os pequenos partidos e monopolizar a alternância (muito diferente e até oposto de ALTERNATIVA) PS/PSD no governo e na distribuição de favores e mordomias às respectivas clientelas e, amanhã, acossado por muitos que temem perder a gamela de vista, vêm desdizer-se com um "já não é prioritário".


Sem comentários:

Enviar um comentário

A sua opinião só o responsabiliza a si, mesmo que dada com recurso ao anonimato.
Por essa razão, nenhum comentário será censurado. Todos serão publicados, sem excepção. Por mais insultuosos e repugnantes que possam ser, em relação a quem a quem quer que seja.
Só os seus autores sairão emporcalhados.
O julgamento e a sentença moral e cívica caberá aos leitores, exclusivamente.