quinta-feira, 13 de setembro de 2012

ANTÓNIO JOSÉ SEGURO mantém PS refém da TROIKA e do GOVERNO PSD/CDS


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ANTÓNIO JOSÉ SEGURO acaba de falar.

Ouvimos dezenas de adjectivos, ouvimos muita retórica, mas a montanha pariu um rato.

Anunciou que defenderá que o PS vote contra o Orçamento do Estado, mas numa postura colaboracionista.

Ele reafirmou aceitar a austeridade tróikiana desde que adoçada com umas nuances rosadas que venha a propor.

Essa é a posição de Manuela Ferreira Leite e de outras figuras do PSD e do CDS.

AJ Seguro, mesmo perante a revolta e indignação generalizada dos Portugueses, não conseguiu compreender que a linha divisória entre a esquerda e a direita vai muito para além do voto contra o Orçamento de Estado.


A linha divisória é o memorando assinado com a tróika, são as receitas e o experimentalismo neo-liberal que está a ser imposto a Portugal e a conduzir-nos para o desastre e a ruína como país.

Mas chegará o momento em que os socialistas - militantes, apoiantes e votantes do PS - imporão uma viragem estratégica aos seus dirigentes.

Se a direcção do PS se mantiver fiel à tróika e ao troikismo acabará por tornar o PS um novo alvo da revolta e da indignação que varre transversalmente o país.


A ideologia do fatalismo, do ou a tróika ou a bancarrota é uma falácia, uma chantagem inadmissível.


A ISLÂNDIA respondeu NÃO a essa chantagem e os resultados começam a aparecer, até reconhecidos por altos dignatários do FMI.


O caminho é outro.
A nova alternativa tem que ser construída.

O ponto de partida só pode ser o rompimento do PS com o memorando assinado com a tróika.
E não se trata de não honrar compromissos. Trata-se antes de reconhecer que esse memorando não resolveu nenhum dos graves problemas do País, antes os agravou a todos.

Trata-se, políticamente, de reconhecer que o casamento com a tróika não foi nem é feliz, e, tal como acontece nas relações humanas, o divórcio é o caminho a seguir.

O memorando da tróika é intrínsecamente mau e desajustado. Porque corporiza um ajuste de contas ideológico com o 25 de Abril, com as suas conquistas sociais e até civilizacionais.

Não é MAU se gerido pelo PSD e pelo CDS e BOM se usado pelo PS.

O 2º passo a dar é a realização de UMA CIMEIRA do PS, do PCP e do BE, sem condições prévias, para definir um plano de acção política conducente à DEMISSÃO do Governo e à formação de UM GOVERNO DE UNIDADE NACIONAL que integre pessoas sérias, íntegras, técnicamente capazes, experientes da economia real, oriundas de todos os quadrantes políticos (sem excepção)capazes de executar um programa que restabeleça a moral e a ética na política e na condução da gestão e negócios do Estado, a todos os níveis, adaptando os modelos nórdicos que não contemplam boys e girls, corrupção, ostentação, momumentais frotas de carros de luxo e uma legião de motoristas, assessores e consultores externos ; que elabore um plano que conduza à reindustrialização do país, à reactivação e modernização da agricultura e das pescas; que trave o processo de privatizações de sectores estratégicos da economia; que pondere a eventual saída negociada do euro, sem sair da UE; que restaure o orgulho de sermos Portugueses.

Um programa que não corresponderá aos programas partidários, mas que dê respostas e viabilize soluções para tornar Portugal num país decente, mas decente a sério. Completamente diferente e oposto daquela ridícula caricatura que a carreirista Cândida Almeida levou à chamada universidade de verão do PSD/JSD, escola de ensino intensivo das boas práticas para boys e girls que se prezem.

Bem...aqui tive que interromper a escrita para ouvir a entrevista do ministro-adjunto do chanceler Relvas.

Mal empregado tempo.
Foi confrangedor ver um sujeito cabisbaixo, nervoso, impreparado, medroso, baralhado, engasgado, autista, desejando que a coisa acabasse o mais depressa possível, sem nada de novo para dizer, salvo o que lhe tinha sido posto pelo Relvas no guião :

Acenar com uns "docinhos, uns miminhos" dialogantes ao homólogo jota sénior do PS e AMEAÇAR os Portugueses com mais austeridade se a dose de cavalo já anunciada vier a fracassar, o que é certo e sabido vai acontecer.

Resumindo :

Acabar com esta tragédia nacional deveria ser um trabalho conjunto do PS, do PCP, do BE e de centenas de milhares de Portugueses, com e sem partido.

Se a direcção do PS continuar refém do memorando da tróika vai ser mais difícil. Mas acontecerá na mesma. Infelizmente também contra AJSeguro e os boys e girls do aparelho que o sustentarão no posto.

Digo eu, que sou plebeu.


VL  


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