quinta-feira, 12 de abril de 2012

REBELO - o guru dos "Salvadores Sostres" nabantinos

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António Rebelo, testa de ferro de Relvas na ofensiva ideológica de ultra-direita em defesa das velhas e relhas teorias da inevitabilidade das políticas económicas e sociais definidas em 1944 pelos Acordos de Bretton Woods - maternidade do FMI e do Banco Mundial, berçário do abandono do padrão-ouro na economia internacional, impondo a todo o mundo, em seu lugar, o dólar americano - e reafirmadas em 1990 pelo Consenso de Washington, com a consolidação do outro pilar do sistema de rapina mundial, a Organização Mundial do Comércio (OMC), perdeu completamente o pudor e o decoro e aparece, com entusiasmo, a subscrever um escrito do falangista Salvador Sostres.

"Já não é" o que nunca foi - socialista. Depois de um conveniente interregno de +- 37 anos, apenas mudou de padrinho. Afilhado é o que sempre foi. Ontem do general da ditadura que cooperou com a PIDE na prisão de cidadãos tomarenses (conforme testemunho documental na n/ posse) e hoje do "homem de estado", daquele que "conseguiu triunfar" a partir de 2005.

Tornou-se um "talibã" das políticas que até hoje conduziram dezenas e dezenas de países e povos ao empobrecimento, à dependência financeira crónica e à miséria.
Sobre os offshores, os "veículos bancários", as gigantescas fugas aos impostos, os roubos, a corrupção, o branqueamento massivo de capitais, a venda da economia nacional ao desbarato, o desemprego galopante, a especulação bolsista, nunca lhe ouvimos ou lemos "uma" palavra.

John Williamson, pai do Consenso de Whashigton, elaborou um documento a que chamou "O que em Washington se entende por política de reformas" propondo a adopção de 9 medidas :

1 - Disciplina fiscal.
2 - Reordenamento das prioridades da despesa pública.
3 - Reforma fiscal.
4 - Liberalização das taxas de juro.
5 - Uma taxa de câmbio competitiva.
6 - Liberalização do comércio internacional.
7 - Liberalização da entrada de investimentos estrangeiros directos.
8 - Privatização.
9 - Desregulação.

São as mesmas medidas que se propõem neste momento para combater a crise actual e, mais do que disso, são os mesmos conceitos que nos conduziram a esta situação.

Estas regras inicialmente destinadas a asfixiar e jugular os países da América Latina e de África e ainda a controlar e manter ditaduras corruptas de várias cores - desde o Congo de Mobutu, passando pelo Haiti de Duvalier ou pela Nigéria, até à Roménia de Ceausescu - está hoje a estender-se à Europa e à União Europeia, incluindo a países da União Económica e Monetária (zona euro) - Grécia, Irlanda e Portugal para já. Seguindo a receitas das 9 medidas do Consenso de Washington, repetindo até à exaustão que a culpa é dos 10 milhões de portugueses que viveram acima das posses. Escondendo e ignorando os crimes e roubos de milhares de milhões do BPN, do BPP, do BCP, os milhares de milhões sacados e a saque por Constâncios, por Mexias, por Bavas, por Catrogas, por Duartes Lima, por Dias Loureiros, por dezenas de milhares de boys e girls, sobretudo do PS e do PSD acolitados como efectivos no aparelho do Estado - central, regional, local, empresas públicas, institutos, fundações e outras que tais - ganhando chorudos ordenados e assegurando príncipescas pensões futuras. 

Espanha, Itália, Bélgica e mesmo a França poderão vir a seguir.
E, por efeito dominó, nem a Alemanha se safará.
E os Estados Unidos ? E os BRICs ? Aguentar-se-ão?

Deixaremos de ter um mundo em que apenas as esquerdas são fratricidas e autofágicas, devido ao sectarismo e imobilismo ideológico de uns e à "blairização" de outros que abandonaram a verdadeira social-democracia para se abocanharem e alaparem ao aparelho de estado e às suas obscenas benesses, a todos os níveis. 

Teremos uma implosão de onde sairá algo de novo, diferente, sem contornos ou regras previsíveis. Mas certamente com as pessoas à frente dos números e interesses obscenos que estão a destruir a actual civilização.

O esgotamento acelerado da economia do petróleo e do carbono não deixará de ter importância central e decisiva na ruína de um mundo injusto e roído pelas contradições geradas pelos Acordos de Bretton Woods, pelo Consenso de Washington, pelos seus intrumentos principais - FMI, BM e OMC - e também pela estrondosa implosão do "socialismo real", na sequência da criminosa deriva e embuste estalinista.

Mas, voltando ao princípio, temos o mesmo Rebelo de sempre - submisso, caudilhista, vaidoso, ambicioso, narcisista em extremo, frustrado crónico, políticamente invertebrado.

Esteve sempre do lado errado da História, continua a estar e, pelos vistos, já é tarde para mudar.

Será, até ao fim, o curvado MOÇO DE FRETES, septuagenário mas "caninamente" fiel.
Agora com dois paquetes - ou heterónimos - o Correia e o Leal.

E, à falta de melhor, todo contente com as "éticas" lentilhas...

Mas lindo...lindo...vai ser quando o Relvas, servido que esteja, o descartar e lhe der um pontapé no traseiro.


VL

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