segunda-feira, 26 de novembro de 2012

PS de Tomar - estratégia inalterada desde 2005

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Está lançada a 1ª candidatura às eleições autárquicas em Tomar.

Sem novidades, perfeitamente expectável, se repararmos com atenção na estratégia política e pessoal do verdadeiro líder - Luís Ferreira - desde 2004.

Liderou formalmente o PS e a estratégia eleitoral autárquica desde 2004 até à clamorosa derrota de 2005. Humilhado pela derrota, demite-se formalmente de presidente da CPC do PS Tomar e lança a candidatura de Hugo Cristóvão. Na prática, continua a exercer a liderança por interposta pessoa.

Em 2009, faz um simulacro de "directas" préviamente decididas e bem cozinhadas, depois de lançar e apoiar a candidatura de José Vitorino, indo ele em 2º lugar. Não fossem os enormes erros políticos dos IpT, a começar pela recandidatura de Pedro Marques, a que se juntaram outros erros de casting de bradar aos céus, o PS ficaria num ainda mais humilhante 3º lugar e apenas teria eleito Vitorino.

Ordena um acordo "aventaleiro" do PS com o PSD para garantir tacho e mordomias a si próprio e a alguns indefectíveis apoiantes, em troca da garantia da reeleição do Sô Dotôr Relvas como presidente da Assembleia Municipal.

Hugo Cristóvão e Luís Vicente são os protagonistas formais de um acordo relâmpago cozinhado entre os chefes efectivos - Miguel Relvas e Luís Ferreira (frente a frente, em posições aparentemente secundárias, mas sendo os únicos que olham para o fotógrafo).









 


Numa altura em que Relvas estava afastado de qualquer cargo institucional e/ou de poder, a qualquer nível.

Entretanto, ocorrem dois factos novos :

Relvas é derrotado nas eleições para a Mesa do PSD concelhio. É eleita uma nova direcção que não esconde a sua hostilidade ao casório de conveniência que aquele tinha celebrado com o "irmão" Luís Ferreira.

Hugo Cristóvão vai tomando algumas posições públicas dissonantes do verdadeiro líder, Luís Ferreira, e começa a dar sinais de cansaço com a subalternidade imposta pelo estratega-mor.

Nos entretantos, surgem vários episódios mais ou menos recambolescos envolvendo o Sr. Ferreira, de que se destaca a habitual boca desabrida e a boçalidade do inculto vereador aquando de uma programada vinda a Tomar do escritor António Lobo Antunes.

Relvas desempata contra Luís Ferreira a votação de uma censura ao mesmo na Assembleia Municipal e, na sequência disso, Corvêlo de Sousa pressionado pelo PSD local retira-lhe os pelouros da Cultura e do Turismo.

Daí ao divórcio do casório pomposamente celebrado no Hotel dos Templários foi um passo.

O casamento era de interesses, que não os de Tomar, e zás : chegou ao fim, sem honra nem glória para qualquer das partes.

No meio de todas estas confusões, Hugo Cristóvão bateu com a porta. Diplomáticamente, prenhe de boas maneiras, fazendo jus ao porte de "almofadinha" que faz questão de sempre exibir e cultivar.

Mas o verdadeiro líder não dorme. E volta a não dar a cara. Tem consciência que é um indivíduo e um político super "queimado".
Retoma a estratégia de 2005 :  continuar a assegurar a efectiva liderança do PS Tomar através de interposta pessoa.
E, desta vez, nem teve de procurar fora de casa.
Tinha a solução entre-paredes.
Lançou Anabela Freitas, sua companheira.

Continuou o seu trabalhinho de sapa, coisa em que é exímio, e viu que podia "matar dois coelhos" de uma só cajadada.
Se bem o pensou, melhor o fez.
E, ao que consta, será o 3º da lista para a Câmara, atrás da companheira e de Hugo Cristóvão. O projecto, o desígnio, o estilo, é MANDAR. Mas sempre por interposta pessoa.

E, fazendo fé nas declarações de José Mendes, que se recusou a votar e que ninguém desmentiu ou contestou, não terá havido discussão prévia da candidatura na CPC dominada pelo autoproclamado republicano, libertário e de bons costumes... 

D. Luís montou o cenário em ambiente conventual, chamou a comunicação social local, convocou a dita CPC para umas discursatas e uma festiva votação, seguidas de música e repasto.

Hugo Cristóvão foi o mestre de cerimónias, coadjuvado por Anabela Estanqueiro.

E D. Anabela subiu ao palanque, fez um discurso bem redondinho, banal, ôco, vazio de conteúdo programático e autoproclamando-se unilateralmente, sibílinamente, envergonhadamente, como a candidata de uma suposta unidade da esquerda liderada pelo PS e, claro está, por ela própria (leia-se por Luís Ferreira).

Diga-se que não fez diferente do que o PS está a fazer, arrogantemente, por todo o país. Para além de uma eventual posição pessoal é, seguramente, um ditame da cartilha/manual dos putos "sem-profissão" que dirigem o PS nacional.

Com esta estratégia, com estes actores e figurantes, o PS de Tomar só está a dar mais um contributo para a eventual eternização da direita na Câmara e a construir mais uma derrota eleitoral.

Sobretudo se os IpT conseguirem ver-se livres da canga política de Pedro Marques, se arranjarem cabeças de lista e candidatos à altura, se souberem construir aquela unidade de que o PS foge a sete pés.

Agora, resta esperar pelas estratégias e pessoas que vão dar corpo às candidaturas das restantes forças e/ou movimentos políticos.

Entretanto, vamos-nos divertindo com as científicas "sondagens" do director da "Folha do Relvas". Na primeira, sobre o PS, esqueceu-se de subdividir o "Outro" entre militante e independente. Esse erro impediu-o de capitalizar esses "votos" em proveito próprio.

Muito espertinho e tentando fazer dos outros parvos, lançou outra "sondagem", agora sobre o PSD, e já tendo o cuidado de subdividir o "Outro".

Resta esperar uns dias para ler a douta interpretação do messiânico homem. Que toda a gente já sabe qual vai ser.

Coitado do eterno candidato a candidato, seja por quem for. Ainda não percebeu que nem o PSD local nem o seu amo Relvas lhe "passam qualquer cartão". Apenas o olham como um lambe-botas descartável.

Não faltarão muitos meses para o ver dar nova cambalhota ou avançar de vez para um merecido recolhimento.


VL


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