terça-feira, 22 de outubro de 2013

O ocaso político de PEDRO MARQUES

TOMAR – Pedro Marques (Independentes) admite existência de acordo «pontual» com o PSD

Pedro Marques, líder dos Independentes, esclareceu a recente polémica em torno da notícia avançada pela Hertz, que dava conta da existência de um acordo entre IpT e Partido Social Democrata no sentido de que José Delgado fosse eleito como presidente da Assembleia Municipal de Tomar, o que não se concretizou uma vez que um membro dos Independentes votou contra essa opção e José Pereira, do Partido Socialista, acabou por ganhar a contenda.

Nestas palavras ficou clara a existência de um acordo, tal e qual a Hertz tinha avançado. O comunicado emitido pela Concelhia do PSD, que acusou a nossa redacção de «inverdades e falsidades» cai, assim, por terra.
«Apenas assinámos uma lista com três nomes» - Vamos aos factos relatados por Pedro Marques, que sublinhou, então, a existência do dito acordo, ainda que não tivesse ficado "no papel": «Não houve qualquer acordo assinado, existiu, isso sim, um acordo pontual. A única coisa que se escreveu foi uma lista com três nomes. Mais nada. Existiram conversações, houve uma tomada de posição concordante entre os Independentes e o PSD, mas nada mais do que isso. Nem sequer se abordou qualquer hipótese de criar problemas ao executivo camarário. A nossa postura foi sempre pró-activa e de colaboração. A atitude que tomámos (ndr: na tomada de posse) é tão legítima como aquela que o PS teve ao fazer coligação com a CDU. Era o que faltava não nos podermos entender com quem quisermos e a cada momento. Tomámos esta atitude de fazer um acordo pontual com o PSD nesta matéria porque entendemos que era benéfico para o concelho que assim fosse. Até acho natural mas, ao mesmo tempo, estranho que se fale deste acordo e não se fale do acordo entre PS e CDU, acordo esse que já existe há muito tempo. Como vocês (ndr: Rádio Hertz) relataram muito recentemente, uma fonte do PS - que nós sabemos qual foi - disse que não havia acordo. E era verdade que havia esse acordo. Que fique claro o seguinte: as conversas que tivemos com o PSD foram só sobre esta matéria. Com o PS, durante quinze dias não falaram connosco, e depois tinha uma chamada da doutora Anabela e falei com ela. Relativamente ao acordo para a Assembleia Municipal, disse-lhe o seguinte: tendo em conta que a Assembleia Municipal é composta por um número par de elementos, o presidente tem voto de qualidade em questão de empate e, portanto, o nosso entendimento é que o presidente da Assembleia Municipal não deveria ser do PS para que houvesse da parte da oposição a possibilidade de ser ouvida em termos de propostas e tudo mais».
«Acordo não visava a queda do executivo...» - Pedro Marques garantiu, ainda, que este acordo com o PSD não teve como pano de fundo fazer cair o executivo dentro de alguns meses, ainda que prometa continuar atento no futuro: «O PS ganhou a Câmara Municipal, tem a presidente da Câmara, não se discute... Por isso, ao dizerem que o acordo visava a queda do executivo é uma situação falsa, que nunca foi colocada em cima da mesa. E nem será, como é óbvio. A não ser que as coisas sejam um desastre pior do que foi o mandato passado. A doutora Anabela sabia qual era o nosso entendimento. Há dois anos, quando houve conversas entre mim e a doutora Anabela para a possível queda do executivo camarário, rejeitámos qualquer coligação pré-eleitoral e disse-lhe que não havia problema algum de que quem vencesse as eleições pudesse entregar a Assembleia Municipal ao outro. Se este acordo pode repetir-se noutras situações? Claro que pode. Não estamos fechados a nada. A nossa postura é construtiva. Tudo o que tenha a ver com os interesses de Tomar e que não colida com as nossas convicções faz com que estejamos abertos a qualquer contacto, a qualquer colaboração, seja ela com quem for». Pedro Marques fez questão de garantir que nada o move, em termos pessoais, contra José Pereira, recém-eleito presidente da Assembleia Municipal, sublinhando que, desde sempre, manteve a convicção de que João Simões seria a pessoa mais indicada para desempenhar o cargo em causa: «O que assistimos nestes dezasseis anos foi que a Assembleia Municipal nunca cumpriu o seu mandato de fiscalização. Colocámos na mesa a hipótese de o presidente da Assembleia Municipal ser o doutor João Simões porque entendemos que é a pessoa mais bem preparada para exercer esse cargo. Eles não entenderam e, tendo em conta que tinham mais votos do que nós, acabámos por respeitar isso. Para nós, o mais importante é que o presidente da Assembleia Municipal não fosse aquele que está no executivo. A doutora Anabela soube que eu tinha falado com o João Tenreiro e o João Tenreiro soube que eu tinha falado com a Anabela. O senhor presidente da Assembleia Municipal terminou mal a sessão, a queixar-se não sei de quê... Se alguém não gostou do resultado, podíamos ter sido nós. E o que nós dizemos sobre o resultado é que a democracia funcionou».
«Nos Independentes não há caça às bruxas» - Sem nunca referir o nome do membro dos Independentes que votou a favor de José Pereira, Pedro Marques admitiu que tinha conhecimento prévio que nem todos, dentro do grupo, estavam de acordo com o acordo com o PSD. Mas, assegurou, os IpT não irão fazer qualquer caça às bruxas: «Sabíamos que nem todas as pessoas da nossa lista, uma pelo menos, não estavam de acordo com esta posição por razões pessoais e isso acabou por furar o acordo, dando a possibilidade ao PS de ganhar a eleição. Não faz parte do nosso ADN perseguir ninguém. Connosco não há caças às bruxas. As pessoas tomam as posições que tomam e são responsáveis por elas. No nosso grupo, muitas vezes temos ideias diferentes, excepto as convicções, princípios e valores. Quantas vezes a minha posição em sede de executivo não é aquela que tinha de raiz? É alterada por força do grupo. Esta situação ficou gorada mas por agora. Como alguém já disse, houve queijos limianos à mistura... se houve ou não houve, não sei... Posso garantir que actuámos sempre de forma correcta pois eu falei com os lideres do outro lado, ou seja, Anabela Freitas e João Tenreiro. De outros lados não fizeram isso. Houve pessoas a telefonar para membros nossos. Houve pessoas sem coerência, hipócritas, a telefonar para membros nossos quando em conversas com outros tinham dito "aquela pessoa nem pensar". Mas depois tiveram o descaramento de ligar para essa pessoa "eu quero falar contigo e fazer-te uma proposta"... Mas o que é isto?! O nosso grupo mostrou que alguém não foi coeso, não foi coerente connosco, não foi solidário connosco, mas é um problema do grupo, que será analisado internamente».



 

TOMAR - Notícia Rádio Hertz: Maioria dos eleitos dos Independentes para a união Serra/Junceira não quis Pedro Marques na tomada de posse

A ausência de Pedro Marques, líder dos Independentes por Tomar, na tomada de posse de Américo Pereira como presidente da união de freguesias Serra/Junceira conheceu, nesta terça-feira, um desenvolvimento esclarecedor. Depois de a Hertz ter noticiado essa "falta de comparência", o vereador contactou a nossa redacção e justificou-a pelo facto de «não ter sido convidado para a cerimónia». Perante este dado surpreendente - ou não estivesse em causa a única freguesia ganha pelos Independentes - a Hertz tentou contactar, até agora sem sucesso, o próprio Américo Pereira no sentido de esclarecer se, de facto, esse convite tinha ficado na gaveta.

Dessa forma, junto de outro eleito dos IpT à referida união das freguesias, que solicitou anonimato, ficou a confirmação de que, efectivamente, Pedro Marques «não foi convidado para estar presente porque a maior parte dos elementos eleitos pelos Independentes para a Serra/Junceira assim o exigiu a Américo Pereira». E caso o novo presidente desta união não seguisse esta reivindicação, sublinhou a mesma fonte, «esses eleitos recusavam-se a tomar posse». Questionada sobre os motivos para esta decisão radical, esta fonte assegurou que os ditos elementos «não concordaram com o acordo que os Independentes celebraram com o PSD tendo em vista uma lista conjunta para a Assembleia Municipal».



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